Anísio de Abreu, Ipiranga do Piauí, Prata do Piauí, Tanque do Piauí e Belém do Piauí foram as cinco primeiras cidades do Estado a imunizarem 100% do seu rebanho de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa. Os dados são de um levantamento parcial realizado pela Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), nessa segunda-feira (29).
O município de Anísio de Abreu, que fica situado na região de São Raimundo Nonato, foi o primeiro a atingir 100% de cobertura vacinal no território piauiense. A cidade conta com um rebanho de cerca de 2.200 bovinos distribuídos em 120 propriedades de pequeno porte. “Foi uma surpresa grande essa adesão antecipada dos produtores. Fizemos um trabalho de divulgação, principalmente de que o prazo não seria prorrogado e além de vacinar conseguimos certificar com muita antecedência”, conta o fiscal agropecuário da Adapi, Ronald Vaz.
Essa é a última campanha de vacinação contra a febre aftosa realizada no Estado, já que o Piauí foi reconhecido como zona livre da doença pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A portaria entra em vigor a partir do dia 2 de maio e estabelece que, a partir dessa data, fica proibido o armazenamento, distribuição ou venda de imunizantes no Piauí. A certificação, ou seja, comprovação de imunização do rebanho pode ser feita até o dia 15 de maio de forma presencial ou virtual.
A Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) e a Adapi reforçam que os produtores têm até esta terça-feira (30) para vacinarem seus animais. “Alertamos que a compra e aplicação do imunizante tem que ser feita até hoje. Quem não vacinar está sujeito a uma série de sanções como aplicação de multa, impedimentos para comercializar animais e realizar financiamentos bancários, entre outros”, explica o secretário da Sada, Fábio Abreu.
Certificação internacional
O reconhecimento nacional como livre da aftosa sem vacinação é um critério para que o Piauí busque pela primeira vez na história a certificação internacional através da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), prevista para ocorrer em maio de 2025.
“Para conseguirmos esse avanço precisamos cumprir todos os requisitos do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa. Um deles é garantir que, a partir de agora, não será permitido em nosso território a entrada de animais oriundos de estados que não são reconhecidos como zona livre sem vacinação, como o Ceará e Pernambuco. Para isso, estamos reforçando nossas barreiras sanitárias, principalmente nas divisas”, explica o gerente de Defesa Animal da Adapi, Idílio Moura.
O presidente da Associação Piauiense de Produtores de Zebu explica que as mudanças de classificação sanitária já trazem benefícios à nossa pecuária. “O reconhecimento nacional retira um custo dos produtores, que é a compra das vacinas, já o internacional tornará realidade a exportação da carne piauiense. Atualmente bezerros do Piauí vão para estados de Goiás, Tocantins e São Paulo, onde são recriados e engordados e depois vendidos para fora do país. Com a certificação essa produção sairá direto do nosso Estado”.