Sada atua no combate de praga em lavouras de mandioca no sul do Piauí

Após a confirmação da infestação de uma praga em lavouras de mandioca nas cidades de Monsenhor Hipólito, Marcolândia e Simões, técnicos da Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) e da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (ADAPI) deslocaram-se para a região. A praga é uma lagarta da espécie Erinnyis ello e é conhecida popularmente como mandarová. A equipe está realizando visitas em propriedades dos três municípios para orientar os produtores na prática sobre como combater e controlar a infestação.

“Vamos demonstrar para os técnicos e produtores o método mais adequado para esse controle, utilizando técnicas de preparo e uso do Baculovírus. O Baculovírus pode ser adquirido no mercado, assim como preparado pelos próprios agricultores utilizando lagartas infectadas por esse vírus. O Baculovirus está presente no ambiente de cultivo e quando em contato com a lagarta ela é infectada e logo apresenta os sintomas característicos, apresentando-se flácidas e dependuradas na planta. Nesse ponto o agricultor coleta as lagartas infectadas, faz a maceração, diluição em água e aplica o produto nas plantas afetadas, explicou André Rocha, diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural.

A primeira visita aconteceu em Marcolândia, município situado à 422km de Teresina. Lá mais de 40 pessoas participaram da ação. “Tivemos participação de em média 20 técnicos, incluindo servidores da SADA, Adapi e técnicos de prefeituras, além de líderes de associações, sindicatos de trabalhadores rurais e produtores locais da comunidade Serra da Marcolândia”, disse Geyson Moura, diretor de Pesquisa Agrícola, Experimentação Agropecuária e Gestão Ambiental da Sada.

João Nascimento, presidente da Associação de Produtores de Mandioca da Serra de Marcolândia (APROSEMA), falou da importância dessas informações para os produtores. “Hoje a gente recebeu uma visita muito importante para ajudar os produtores sobre o combate de lagarta nas lavouras de mandioca. Só temos a agradecer pelas explicações e demonstrações para que a nossa produção seja cem por cento livre do uso de veneno. A gente gosta de trabalhar com produtos cem por cento natural. Essa visita que recebemos, nos levará a um passo muito importante na nossa comunidade”, disse.

A visita da equipe que iniciou pelo município de Marcolândia, seguirá ainda por Monsenhor Hipólito e Picos. Na região de Marcolândia, houve também a participação de produtores e técnicos dos municípios de Betânia do Piauí, Curral Novo, Simões e Paulistana. “Estamos passando primeiro por Marcolândia, onde se encontra o maior centro de produção de mandioca para fazer uma demonstração prática a estes produtores que já foram mobilizados pela nossa equipe das regionais da Sada”, completou Geyson Moura.

Jarcilene Lopes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STTR) de Marcolândia também comentou sobre a importância da ação. “Hoje estamos aqui acompanhando o evento da Sada, Embrapa, Adapi e outros parceiros. É um evento de grande importância para nossos produtores rurais devido a manifestação da lagarta aqui no nosso município. Um evento que nos trouxe muitas informações que vamos usar a partir de agora, e já vamos estar expandindo as informações para outros municípios vizinhos. Vamos adotar totalmente a prática de não usar agrotóxicos para não prejudicar nosso solo e nossos alimentos”.

Controle da Praga

De acordo com o técnico André Rocha, essa lagarta é uma espécie comum que aparece todo ano nessa área de cultivo de mandioca, às vezes em maior quantidade e às vezes em menor, dependendo de alguns fatores externos naturais. “Como essa praga todos os anos atingem as lavouras, é importante que o produtor já esteja precavido. Por isso, nós pegamos a lagarta doente infectada, maceramos, misturamos com água destilada, e aplicamos na outra planta atacada. Com isso, estamos infectando as outras lagartas com o vírus da outra lagarta que estava doente. Estas outras adoecem também e caem, e nisso se controla a praga sem precisar utilizar nenhum produto químico”, disse.

Com esse procedimento, é possível congelar e deixar esse material congelado por até cinco anos, e se no ano seguinte voltar a aparecer a praga na área do produtor, ele poderá descongelar uma parte do material e fazer a aplicação sempre que preciso, como método de controle da praga.

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