A Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) renovou a adesão do Estado no programa.
O sertanejo piauiense que sofre com estiagens constantes vai ter mais acesso à água limpa, de qualidade e própria para o consumo. E tudo sem depender de chuvas, mas por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas. É que a Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) renovou a adesão do Estado no programa Água Doce, do governo federal. Serão mais de R$ 9,5 milhões investidos nos próximos quatro anos.
A assinatura dos novos instrumentos de repasse de recurso foi feita pelo secretário da Defesa Agropecuária, Fábio Abreu, durante o IX Encontro Nacional de Capacitação e Integração do Programa Água Doce – Novo Ciclo; ocorrido nesta semana, em Aracaju (SE). O evento não era realizado há cinco anos e reuniu representantes dos estados nordestinos, de Minas Gerais e do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR).
“Para nós, nordestinos, que vivemos constantemente essa problemática da escassez de água, o programa é de suma importância por promover a dessalinização da água, dando dignidade às comunidades mais longínquas, com água potável e de qualidade tão necessária para a subsistência das pessoas”, disse Adalberto Filho, coordenador do PAD no Piauí e que integrou a delegação do Estado no evento.
Atualmente, o programa conta com 62 sistemas em funcionamento no Piauí, que recebem manutenção conforme metodologia, ofertando água para o consumo humano, utilização em trabalhos domésticos e para os animais. Mais de 11 mil pessoas são beneficiadas, direta e indiretamente, além de fornecer água de qualidade para centenas de instituições públicas, como associações e escolas, por exemplo. São 40 mil metros cúbicos de água produzidos por hora.
“É muito bom ver o impacto dos sistemas já implantados nas comunidades rurais, a população sabe dessa importância. Afinal, sabemos que muitos municípios do Piauí ainda sofrem com a salinização e com a falta de água potável”, afirmou o secretário Fábio Abreu, destacando que a expectativa é dobrar os números piauienses com o novo aporte de investimentos.
O gestor ressaltou, ainda, que o programa no Piauí está sendo associado a outros projetos como o Sertão Vivo e o de implantação de miniusinas de energia fotovoltaicas. “Em algumas regiões temos todo o projeto montado e não está funcionando ainda por falta de uma ligação com a energia elétrica. Portanto, a instalação de placas solares vai impulsionar, ainda mais, o programa”, pontuou Fábio Abreu. O PDA pode chegar a 41 cidades piauienses no total
O encontro nacional durou dois dias e contou, também, com a presença do secretário nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Serra, que enfatizou o envolvimento direto da comunidade como o fator principal para o sucesso do mesmo. “O aperfeiçoamento do PAD é de grande relevância e importância para o governo federal, com a expectativa de retomar de fato o programa e as parcerias com estados, municípios e comunidades”, assegurou o gestor.
Programa Água Doce
Elaborado em 2003, o Programa Água Doce estabelece uma política pública permanente de acesso a água de qualidade para o consumo humano por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas. Criado pelo Ministério do Meio Ambiente e atualmente coordenado pelo MIDR, o programa já contabiliza mais de 1 mil sistemas de dessalinização instalados nos nove estados do nordeste e em Minas Gerais, beneficiando diretamente mais de 260 mil famílias.