Com a chegada do período mais quente do ano, as atenções se voltam para o número de queimadas e risco de incêndios em todo o Piauí. Esses ocasionam prejuízos ambientais e econômicos. O impacto das queimadas prejudica tanto o meio ambiente quanto o bem-estar de quem está próximo, causando desconforto físico e piorando a situação de portadores de problemas respiratórios.
Segundo Werton Costa, diretor de Prevenção e Mitigação da Defesa Civil estadual, a grande maioria das queimadas é causada por ações humanas e o mínimo descuido em uma atividade rotineira pode ser fatal. “É aquele que queima o lixo, o mato, o terreno baldio, que ateia fogo na roça. Uma simples queimada pode se transformar em um evento danoso de grandes proporções, como um incêndio florestal”, alerta o gestor.
Werton explica que o Brasil tem farto material legal com leis protetivas ao meio ambiente com orientações de técnicas adequadas, mas que também punem infratores. “As queimadas urbanas e florestais são proibidas por leis, passíveis de punição com prisão e até mesmo multa”, diz Costa, enfatizando a necessidade de uma nova tomada de consciência.
Por outro lado, ainda há pessoas que utilizam o fogo como método tradicional de limpeza de terrenos, em ambientes rurais, por exemplo. Nesses casos, é necessário seguir regras rígidas de controle do fogo, fazendo uso de técnicas produzidas pelo Corpo de Bombeiros, pela Semarh e pela Defesa Civil, a fim de minimizar os impactos ao meio ambiente e à atmosfera. De acordo com Werton Costa, “qualquer pessoa que for trabalhar com o fogo deve buscar antes orientação da Brigada Municipal, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, da Defesa Civil Municipal e até mesmo do Ibama”, esclarece o gestor.
O diretor destaca a importância da população neste processo a partir de uma nova consciência ambiental ou de uma atuação cidadã. “Ela pode, não apenas desenvolver boas práticas de utilização do solo e de limpeza dos terrenos, mas também colaborar ativamente com o poder público no processo de fiscalização e de denúncias. É fundamental seguir as orientações da Semarh, da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros porque o período em que vivemos, chamado de fase do fogo, é propício à rápida propagação de incêndios e queimadas”, diz Werton Costa.
“A queimada não respeita ninguém”, comenta o subcomandante do Corpo de Bombeiros do Estado do Piauí, coronel José Veloso. “Uma queimada que prejudica a rede elétrica prejudica toda uma região, inclusive o setor médico e outros setores essenciais”, acrescenta o militar.
Impacto das queimadas na rede elétrica
Um exemplo dos impactos das queimadas é sobre a rede elétrica. Somente no primeiro semestre, foram registradas 90 ocorrências de queda de energia devido a incêndios próximo à fiação, deixando mais de 1.700 pessoas sem energia elétrica no estado, sendo a maior parte em Teresina, com mais de 60% dos casos, seguida por Palmeirais, Nazaré do Piauí e Piripiri.
Em casos de incêndios próximos às redes de eletricidade, a orientação da Equatorial Piauí é de que as pessoas não se aproximem do local e acionem imediatamente o Corpo de Bombeiros, pelo número 193. A distribuidora deve ser contatada para tomar as medidas operacionais necessárias por meio da Central de Atendimento, no número 0800 086 0800. As queimadas urbanas e florestais são proibidas pela lei nº 2.848 e pela lei federal nº 9.685, e passíveis de prisão e multa.