Cerca de 45 pessoas realizaram uma visita técnica à Aldeia Nazaré em Lagoa de São Francisco
Uma ação conjunta entre a Secretaria do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (Sasc) e a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) levou representantes do poder público e da sociedade à Aldeia Nazaré, no município de Lagoa de São Francisco. O objetivo da ação foi fortalecer o diálogo com os povos indígenas e, a partir da realidade local, planejar ações ambientais que atendam às necessidades da comunidade.
A visita técnica reuniu cerca de 45 pessoas, incluindo moradores da comunidade indígena, gestores públicos e técnicos especializados. O encontro foi um espaço crucial para o planejamento de políticas públicas voltadas ao meio ambiente e, principalmente, para o fortalecimento da autonomia territorial dos povos originários.

Foto: Ascom da Sasc
Entre as propostas discutidas estão a instalação de uma casa de farinha para a produção local; reestruturação do sistema de abastecimento de água; perfuração de poços artesianos e a realização de formações ambientais voltadas à juventude e às mulheres indígenas.
A Aldeia Nazaré, que teve seu território oficialmente titulado pelo Instituto de Regularização Fundiária do Piauí (Interpi) em 2022, entra agora em uma nova fase de fortalecimento institucional.
“A comunidade Nazaré compreendeu que este processo é importante para garantir a gestão ambiental do próprio território e assegurar proteção contra ameaças externas. Essa visão demonstra o comprometimento da comunidade com a sustentabilidade e a preservação de suas terras”, destacou Henrique Manoel, diretor de Povos Originários da Sasc e cacique da aldeia.

Foto: Ascom da Sasc
Cadastro Ambiental Rural e reconhecimento institucional
Durante a visita, a equipe técnica da Semarh iniciou o processo de atualização do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para os territórios indígenas — um instrumento essencial de gestão ambiental que permite o monitoramento das áreas rurais, prevenção ao desmatamento e acesso a políticas públicas de conservação.
O Cadastro Ambiental Rural representa mais que um registro burocrático, é uma ferramenta que reconhece o modo de vida, o uso tradicional da terra e a contribuição das comunidades indígenas para a preservação ambiental.
Além do diálogo institucional, a visita também incluiu uma vistoria de campo com uso de drones, permitindo o mapeamento de áreas estratégicas para proteção ambiental e o planejamento de projetos de base comunitária.
