Rejane Tavares destaca eixos de atuação para a agricultura familiar nos próximos 4 anos

A nova gestora da SAF acredita que é fundamental o planejamento de ações com base no planejamento territorial

Repórter: Pedro Vitor Melo

A jornalista Rejane Tavares tomou posse como Secretária de Estado da Agricultura Familiar (SAF) do Piauí, na última quinta-feira (5), em cerimônia de Posse da Equipe de Governo, no Centro de Convenções de Teresina. A solenidade foi presidida pelo governador do Piauí, Rafael Fonteles, que também empossou mais 53 secretários e gestores da Administração Estadual.

“A nossa missão está muito clara, o lema escolhido pelo governador é trabalho, trabalho e trabalho. Nós estamos aqui para trabalhar pelo povo, essa é uma responsabilidade grande. Temos que fazer um bom trabalho pela agricultura familiar e aproveitar ao máximo o alinhamento do Governo Federal com o Estadual, tendo em vista que ambos devem apoiar fortemente a produção de pequenos empreendedores e agricultores familiares”, destaca.

Rejane Tavares assumiu a Secretaria da Agricultura Familiar

Projeto Viva o Semiárido dará lugar ao Programa Sustentável e Inclusivo

Uma das principais ações previstas para o novo ciclo da pasta estadual da Agricultura Familiar no Piauí é o Projeto Piauí Sustentável e Inclusivo (PSI). O objetivo será promover a melhoria da renda, da segurança alimentar e nutricional, o acesso a serviços básicos e a adaptação à mudança climática, beneficiando diretamente 60 mil famílias. Em outubro do último ano, a Junta Executiva do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) aprovou o novo projeto e investirá 18 milhões de dólares no combate à pobreza e extrema pobreza no semiárido piauiense.

Rejane explica que o PSI funcionará aos moldes do Projeto Viva o Semiárido, que teve início em 2013 e foi encerrado em 2022. “O PSI vai atender um número maior de municípios que o Viva o Semiárido. Ele continuará o foco na redução da pobreza rural, na adaptação às mudanças climáticas e no trabalho com grupos mais vulneráveis, como é o caso de comunidades tradicionais, quilombolas, jovens e mulheres. Será um projeto ainda maior”, afirma.

Outro grande projeto será Projeto Pilares do Crescimento e da Inclusão Social II, cofinanciado pelo Banco Mundial. O novo projeto concentrará atenção à regularização fundiária, com a titulação das famílias de pequenos agricultores dos assentamentos de reforma agrária do Interpi/Governo do Estado e titulação dos territórios dos povos e comunidades tradicionais, com processos de regularização fundiária tramitando no Interpi.

Também focará no fortalecimento da gestão ambiental, com ações de prevenção, controle e combate a queimadas, gestão de recursos hídricos e regularização ambiental nos assentamentos selecionados no projeto, além de investir no desenvolvimento sustentável, com apoio produtivo aos pequenos agricultores e fortalecimento dos serviços aos produtores da agricultura familiar.

Desenvolvimento da agricultura familiar com foco no desenvolvimento territorial

Ex-secretária de Planejamento, Rejane Tavares lançou, durante o governo Wellington Dias, o novo Mapa das Potencialidades e o Atlas Temático do Piauí, com o intuito de fortalecer a Lei do Planejamento Participativo e Territorial. Experiência que será implementada na SAF por meio da Superintendência de Projetos Territoriais.

“O Piauí não é homogêneo. Todo o nosso trabalho de levantamento de dados será dentro da divisão do estado em territórios de desenvolvimento. Isso permite considerar as características de cada unidade territorial, reduzindo as desigualdades por meio da democratização de programas, das ações e da regionalização do orçamento. Sem dúvidas, o planejamento de ações por território é uma estratégia fundamental para o desenvolvimento da agricultura familiar de norte a sul do Estado”, explica.

Comercialização da agricultura familiar: mais renda para os produtores e alimentos de qualidade na mesa do piauiense

Outra área de atuação da SAF é de fortalecer a inclusão da produção familiar no mercado institucional de alimentos e na alimentação escolar, além de abrir caminhos com o mercado privado. “É preciso que as pessoas conheçam as iniciativas dos pequenos produtores. Nosso desejo é democratizar o acesso à produção da agricultura familiar, ou seja, que mais pessoas tenham como fazer a feira com alimentos saudáveis, sem insumos químicos. Isso promove uma alimentação nutritiva e saudável, e de outro lado, fortalece as cadeias produtivas, gerando renda para as famílias”, explica a gestora.

Nesse sentido, foi criada a Superintendência de Comercialização e Inovação, que deverá cuidar de incentivar a agroindustrialização de produtos primários, o processamento e a comercialização de alimentos. “Até o final do Governo, nosso objetivo é de que tenhamos o Estado e os municípios comprando, pelo menos, 30% dos seus produtos oriundos da agricultura familiar. Além disso, vamos fortalecer parcerias com o setor empresarial. Estamos fazendo um estudo para identificar essas empresas, inclusive internacionais, que compram matérias-primas da agricultura familiar. Os óleos do babaçu e do buriti, por exemplo, são muito visados pela indústria de cosméticos”, comenta.

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