SAF faz alerta a agricultores familiares para cuidados com a plantação e alternativas contra queimadas

O período quente e seco que acompanha o B-R-O-Bró (que compreende aos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro) acende um alerta para os agricultores familiares do Piauí por sofrerem os impactos das queimadas que costumam aumentar durante este período. Para isso, a agrônoma e diretora de Projetos para a Região Meio-Norte da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), Liz Meirelles, explica os cuidados e alternativas contra os focos de queimadas em áreas de produção.

Ela cita que a SAF não recomenda o uso de fogo em palhas e folhas secas, sendo necessário o contato com órgãos responsáveis, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) dos municípios.

“Quando o agricultor tiver que fazer uso de queimadas, ele precisa primeiro registrar junto aos órgãos responsáveis, Ibama e Semarh dos municípios, definir na sua área, o aceiro, que deve ser, no mínimo, três metros, fazer a limpeza. Realizar um mutirão para queimada, com a presença de vizinhos para ajudar para garantir que não saia do aceiro, e caso saia, que ajam para evitar”, disse.

Foto: Ascom Semarh
Foto: Ascom Semarh

A diretora detalha que, com as queimadas, há o prejuízo do solo e da saúde. Ela destaca, ainda, o uso de matéria orgânica como alternativa contra as queimadas.

“As queimadas trazem muitos prejuízos, tanto para o solo, quanto para a saúde, para quem sofre de problemas respiratórios. Às vezes, o agricultor diz que a queimada traz as cinzas e nutre a plantação, mas isso só acontece no primeiro ano de produção. Nós da SAF não recomendamos, o que aconselhamos é o uso de outras tecnologias para incorporar a matéria orgânica. Para isso, é preciso fazer o cultivo em áreas, como quintal e roça permanente, onde a cada ano, possa incorporar a matéria, para melhorar a textura e porosidade do solo, além de ajudar a manter umidade diante do calor e falta de água”, explicou.

Foto: Geirlys Silva / SAF
Foto: Geirlys Silva / SAF

Além disso, Liz também enfatiza a existência de áreas irrigadas para a ampliação da produção em áreas permanentes e o plantio direto no solo com a matéria orgânica.

“Para o agricultor cultivar o solo, é preciso de áreas irrigadas, precisamos ampliar para que haja um aumento da produção e fazer os cultivos em áreas permanentes. Outra prática eficiente é o plantio direto, cultivar a cada ano uma cultura, e com isso, cobrir o solo com matéria orgânica. É necessário a incorporação de matéria orgânica no solo, palhas, folhas, esterco, temos que levar a palhada de fora para dentro, para melhorar as propriedades do solo e garantir maior produtividade”, detalhou.

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