O Dia Nacional da Consciência Negra foi marcado, nesta segunda-feira, 20, no Palácio de Karnak, pela abertura da exposição fotográfica Trindade Vive e uma verdadeira homenagem aos 20 anos de partida da jovem parlamentar piauiense. A exposição fica aberta ao público até a próxima sexta-feira, 24, das 8h às 18h. O governador em exercício Themístocles Filho, o presidente da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), deputado Franzé Silva; e os secretários de Governo, Marcelo Nolleto; de Assistência Social, Regina Sousa; de Cultura, Carlos Anchieta; e de Relações Sociais, Núbia Lopes, participaram do ato solene.
A exposição tem curadoria da fotógrafa Margareth Leite e é uma iniciativa da Alepi. O acervo traz fotografias que resgatam momentos da trajetória política de Trindade, da convivência com amigos e militantes do partido e sua participação nos movimentos sociais. “O evento de hoje não é só uma homenagem. Hoje é o Dia da Consciência Negra, hoje é um dia de festa e resistência. Era uma das datas mais celebradas por ela”, lembrou a irmã Marli Trindade, que hoje preside a Fundação Deputada Francisca Trindade.
Foram as crianças atendidas pela Fundação e integrantes do Ballet Francisca Trindade que deram início às homenagens. As solistas Flávia Fernandes e Sabrina Kelly apresentaram coreografias. Durante o evento, foram vendidos e autografados o livro “Trindade: uma mulher que fez diferença“, do professor e escritor Wellington Soares, cuja renda será totalmente revestida em benefício da Fundação Francisca Trindade.
A ex-deputada também é homenageada pelas amigas no livro “Francisca Trindade – O poder a resistência da mulher negra”, uma coletânea organizada por Assunção Silva, hoje superintendente da Sasc, e mais oito amigas. “É uma coletânea que busca evidenciar o que emana de uma jovem mulher, negra, pobre e de luta, que não se intimidou, não se rendeu e nem se apequenou diante de quem queria subjulgá-la”. O evento foi finalizado com a apresentação do cantor e também amigo Dimas Bezerra.
Vida pública
Francisca Trindade iniciou sua atuação nos movimentos comunitários e de juventude da Igreja Católica, no bairro Água Mineral. Criou a Federação das Associações de Moradores e Conselhos Comunitários (FAMCC) e também representou em eventos na Central Nacional de Movimentos Populares.
Trindade se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 1985 e foi vereadora de Teresina (1994 – 1998), deputada estadual (1998 – 2003) e deputada federal (2003). Foi a parlamentar mais votada da história do Piauí nas eleições 2002, com 165.190 votos. Morreu aos 37 anos, em julho de 2003, vítima de aneurisma cerebral.