O 7º Fórum Piauiense de Controle Interno, realizado no Blue Tree Towers Rio Poty Hotel, em Teresina, nessa sexta-feira (7), continuou durante a tarde com duas palestras que abordaram o comportamento humano e ética no ambiente de trabalho.
A consultora Vivian Camargo, sócia da Five Compliance e presidente da Comissão de Compliance da OAB/MA, enquanto ministrava a palestra “Fortalecendo as Organizações: o Papel Sinergético do Controle Interno e do Compliance”, trouxe reflexões sobre a relação entre compliance e controle interno e o que isso traz para o dia a dia da administração pública, além de fazer o público se questionar sobre pequenas falhas no dia a dia que trazem grande impacto a longo prazo.
“O que fragiliza mais uma organização pública? Um grande ato de corrupção ou as grandes omissões diárias? Você já se deparou com o silêncio? Já ignorou uma irregularidade? Em algum momento teve uma falha e não corrigiu? As omissões são aquelas permissões que parecem inofensivas, que vamos acumulando ao longo da nossa jornada, essas pequenas falhas. Nós precisamos ressignificar o conceito de corrupção, porque se não fizermos isso não conseguimos acreditar, identificar, nos conscientizar que ele faz parte do nosso dia a dia, porque vamos normalizando algumas coisas. Pequenas concessões vão se acumulando e se transformando em algo maior”, afirmou.

“O Olhar sem interesse não enxerga”
Em seguida, a escritora Luciene Müller contou sua história de superação e emocionou o público ao revelar que precisou fugir de casa com apenas quatro anos de idade após sofrer uma violência da própria família e encontrou nas bibliotecas públicas o “colo de mãe” que precisava.

“Alguém já disse pra você que você não seria ninguém? Alguém já disse uma humilhação, já te machucou, quando criança ou agora? Alguém já disse que esse sonho é inalcançável? Eu ouvi isso a vida inteira, e olha eu aqui, eu me tornei a aluna modelo da escola, eu me tornei uma ultraempreendedora, uma menina que quando foi trabalhar, trabalhava melhor que todo mundo porque eu tinha que provar todos os dias que eu seria melhor. Mas hoje, a menina que morou na rua e disseram que não seria ninguém é professora da Escola de Magistratura de São Paulo, professora da Escola Superior do Ministério Público. Eu mudei a minha história e percebi que eu tinha esse poder. Se alguém aqui foi julgado, esqueçam, porque se eu fosse me prender a tudo que me disseram e todas as estatísticas que me prenderiam eu jamais teria conhecido Teresina”, disse Luciene Müller.

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