A coordenadora de Estado de Políticas para as Mulheres (CEPM), Zenaide Lustosa, e a coordenadora de Diversidade, Brenda Félix, juntamente com a Vice-governadoria, Secretaria da Cultura, Secretaria da Agricultura Familiar, Interpi, Apoinme e 12 comunidades indígenas tradicionais piauienses participaram do 1° Encontro de Mulheres Indígenas, , realizado de 17 a 20 de setembro, na Aldeia Barra do Correntinho, no município de Bom Jesus
O objetivo do encontro foi de tratar de políticas públicas específicas para as mulheres indígenas juntamente com o setor governamental, destacando ações para a saúde da mulher, territorialidade, educação indígena e violência contra a mulher indígena.
Participaram do evento, 100 mulheres indígenas piauienses representando os povos Guajajara, Acroá Gamela, Gamela da Prata, Povo Kariri, Queimada Nova Kariri, Povo Tabajara YPY, povo Gugaes do Sangue, Caboclo Gamela e Acroá Gamela Baixa Grande. O evento iniciou com canto e Benção do Toré, apresentação da situação das mulheres indígenas e as principais dificuldades e trabalhos que estão sendo feitos para resistência dos povos indígenas, no Piauí.
“O encontro representou o início de um processo de mobilização social que, muito possivelmente, resultará na criação do movimento de mulheres indígenas no Piauí. Isso já acontece em outros Estados do Brasil. Devemos apoiar essa iniciativa, que contribuirá para a superação da assimetria de gênero que existe em alguns povos” destacou a coordenadora do Laboratório do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia /Universidade Federal do Piauí (UFPI), professora e doutora Carmen Lúcia.
“Sentimos dificuldade em ter acesso à água devido à falta de demarcação da terra e precisamos disso com urgência para o fortalecimento do povo indígena piauiense. Nós temos o 1° Museu Indígena do Piauí contando todo nosso processo e resistência e povos que foram dizimados e ainda resistem nessa terra”, destacou a indígena Lucine, do povo Tabajaras.
“Essa primeira conversa com as mulheres indígenas é muito importante para juntas definirmos as principais demandas nossas, porque temos direitos de ocupar os espaços”, afirmou a cacique Maria Francisca, dos povos Kariri e Queimada Nova de Serra Grande.
“A CEPM está desenvolvendo ações nos territórios que contemplarão as mulheres negras quilombolas e indígenas, como, por exemplo, teremos a formação de autonomia econômica por meio da ferramenta ‘Vamos’. Também realizamos parcerias com as prefeituras e estamos articulando a criação e reativação das OPMS, porque se os municípios não interagem dentro da rede teremos dificuldade na execução das políticas públicas”, esclarece a coordenadora de Estado de Políticas para as Mulheres, Zenaide Lustosa.
“ Estamos no 1° Encontro de Mulheres Indígenas, em escuta para definir como será essa parceria e desenvolvimento de ações e projetos que beneficie as mulheres indígenas, para que as políticas de fato sejam efetivas a partir da necessidade de cada território e aldeia, para protagonizar as mulheres indígenas e realizar o enfrentamento à violência contra as mulheres e estas possam ocupar os espaços de poder. Temos que participar da política para a nossa realidade e temos que ter as mulheres indígenas nesse protagonismo também”, destacou Lustosa.
Durante o evento, foi realizado o lançamento do Mapa Territorial da Comunidade Indígena, idealizado pelo Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia / UFPI. “Disponibilizamos um aparelho para que os indígenas ficassem usando por 24 horas, para realizar o mapeamento do território da comunidade em áreas isoladas. Por conta da pandemia fizemos a entrega do material de forma virtual e hoje estamos distribuindo para os indígenas dos povos Kariri e Tabajaras o mapa, juntamente com a história do território”, informou Zenaide Lustosa, durante a entrega do livreto aos indígenas no evento.