Coordenadora da Mulher participa do lançamento do projeto Mimbó Conectado, Museu e conversa com a comunidade quilombola Periperi

A Coordenadora Estadual de Políticas para as mulheres, Zenaide Lustosa, participou do lançamento do projeto Mimbó Conectado, que leva à comunidade pontos de internet de acesso público e em todas as casas que possuem estudantes. O projeto também garante os aparelhos para conectividade, com a distribuição de tablets para todas as crianças acima de 5 anos matriculadas na escola e seus professores, e para os empreendedores que trabalharão com a loja virtual.

Mais de 170 municípios do Piauí já foram interligados por fibra ótica, beneficiando cerca de 3 milhões de pessoas com o programa de Parceria Público-Privado. Segundo Edson Roberto da Silva, presidente da Global, empresa gerenciadora do Piauí Conectado será o primeiro estado do Brasil a ser 100% conectado por fibra ótica.

“Chegamos onde ninguém mais chegou, alcançamos lugares distantes da capital e logo iremos interligar todo o estado, levando o Piauí a ser o primeiro estado do Brasil a ser totalmente conectado, na vanguarda da tecnologia e da evolução”, explica Edson Silva.

Atenta em levar políticas públicas para a população menos favorecida, Regina Sousa revelou que conheceu o Mimbó em 1994, na companhia do presidente Lula. “Viemos um pequeno grupo e ainda hoje ele pergunta como está tudo por aqui com tudo isso que a gente está fazendo. Desde 2019 no começo do nosso governo, antes da pandemia, andei muito por esse estado visitando comunidades quilombolas, as que já conhecia e conhecendo outras em São Raimundo Nonato, Paquetá, Picos e Paulistana, por exemplo. Existem comunidades bastante isoladas, mas que chegando lá vemos que já existe alguma coisa sendo feita”, disse.

“Em Paulistana encontrei uma comunidade autossuficiente, com mulheres valentes fazendo hortas, criando peixe a galinha através do Projeto Sisteminha do Emater, onde nós investimos 150 mil reais para 22 famílias e hoje elas estão vendendo bem, os mercadinhos vão comprar lá na comunidade, isso me enche de orgulho. Assim como a comunidade Canadá em Oeiras que gera renda com hortaliças. E é isso que quero para o Mimbó, o mais antigo quilombo que continue com essa cultura, valorizando nossa negritude. E são os moradores que têm que preservar. Quero uma mudança de vida para eles, do ponto de vista de emancipação financeira e não dependam nunca mais de cesta básica”, frisou a vice-governadora.

Segundo a vice-governadora, a ideia de criar a marca Mimbó para artigos de moda e artesanato é outro empreendimento desenvolvido em parcerias. “Com a doação de retalhos da empresária Claudia Claudino que veio até aqui conosco, fizemos a proposta de parceria e todo mundo do Mimbó aderiu. Temos muito a percorrer, mas já temos uma grande produção de artesanato, tapetes, caminhos de mesa que já tem gente de Natal comprando via internet. Significa que já deu certo e vai continuar dando mais ainda com o site de vendas. Temos agora a inovação tecnológica, vamos ampliar a escola, fazer o mirante que será um ponto de visitação. O Mimbó já é livre, agora será independente, com autonomia financeira”.

Para o presidente da Global, chegar ao Mimbó “é um trabalho gratificante não somente pela superação dos desafios tecnológicos apresentados, como pela transformação social. A partir de hoje, a vida será outra no quilombo. A educação vai dar um salto de qualidade, consultas médicas poderão ser feitas por telemedicina, a arte e a cultura serão vistos e consumidos por todo o mundo. A história e as tradições serão vistas, valorizadas e compartilhadas, novas oportunidades se abrirão para todos os jovens do Mimbó, que antes partiam para uma vida lá fora, agora poderão enxergar aqui mesmo a possibilidade de um futuro melhor através de cursos técnicos do ensino à distância”, disse.

A presidente do Conselho Comunitário do Quilombo Mimbó, Marta Paixão, ressaltou a vocação da comunidade. “Na nossa comunidade temos muitas pessoas talentosas na moda, artesanato, agricultura, no manejo de ervas medicinais. Por mais de 200 anos conservamos o mais importante, a potencialidade na moda, cultura e turismo, com a vista para o rio Canindé e cavernas onde se esconderam os primeiros habitantes do quilombo Mimbó e hoje estamos concretizando mais um passo desse sonho”, declarou.

Lançamento do Museu de Letras do Piauí

O mais novo museu do Estado passa a funcionar na antiga Casa de Odilon Nunes e segue uma tendência moderna de interação com os visitantes.

No acervo contará com o quarto completo do escritor e historiador Odilon Nunes, objetos do poeta Da Costa e Silva e várias salas homenageando diversas manifestações da escrita piauiense. A Sala Azul será dedicada aos poetas. Haverá ainda salas exclusivas para os povos indígenas, com destaque para a obra de Mandu Ladino. O espaço também conta com homenagem ao acadêmico Anfrísio Castelo Branco; Sala dos Historiadores; Sala do Ciclo do Couro, sobre a labuta do vaqueiro; Sala do modo de falar piauiense; e uma outra destinada a história negra .

Visita à comunidade Periperi

Atendendo a um convite feito no último dia 16, a vice-governadora Regina Sousa visitou, no domingo, 27, a comunidade quilombola Periperi, distante 17 km da sede do município de Amarante, para ouvir as demandas dos moradores. A principal é o incentivo à geração de renda, pois a maioria não tem renda.

Criada há mais 140 anos, a comunidade quilombola Periperi, em Amarante, foi reconhecida em 2012 e lá vivem cerca de 70 famílias descendentes do casal Antonio Lima e Silva e Maria Velosa, os fundadores da comunidade em 1895. Raimundo Lima é um dos netos do casal e a vice-governadora Regina Sousa que já o conhecia das lutas sindicais, pois ele foi dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Amarante. “Nós queremos viver na unidade da diversidade e buscar dignidade.”

A vice-presidente da Associação dos Moradores da Comunidade, Marcenildes Soares, solicitou apoio para o empreendedorismo nos setores de artesanato, agricultura familiar, costura, alimentação e turismo. Na comunidade existem vários balneários. E Também pediu ajuda para a melhoria habitacional, pois ainda há casas de taipa e de palha. “ Nós temos força de vontade para trabalhar. Só precisamos de apoio para andar com as próprias pernas”.

Regina Sousa disse que vai ajudar a comunidade no que for possível. “Conheço o sofrimento das comunidades. Fui quebradeira de coco”, lembrou. E sugeriu que cada morador descubra a sua vocação e o que pode ser feito com o que produzem. E também que trabalhem em associação com outras comunidades, como o Mimbó, por exemplo, para aumentar as vendas. “ Estou feliz em visitar essa comunidade.”

Na comunidade Periperi já são produzidos artesanato “e vamos trabalhar essas comunidades como trabalhamos nas comunidades indígenas e de povos tradicionais e brevemente os moradores do Mimbó também terão seus títulos de terra. Estou muito feliz em poder transformar a vida das pessoa para melhor, cumprindo a função de governo, cuidar das pessoas”, salientou Regina Sousa.

A coordenadora da Mulher, Zenaide Lustosa, destacou a importância da qualificação das mulheres através da internet e articulação da Rede na Região ” Acabamos de lançar um projeto no mimbó que vai permitir também chegar até ao quilombo Periperi devido a proximidade e facilidade de conexão. Além disso, estamos nesse momento de escuta na comunidade que vai nos dizer quais políticas são mais necessárias para o território”, declarou.

 
 

Leia Também