Estudo nacional sobre a saúde integral da mulher revela perspectivas e desafios para a SEMPI

O estudo “Saúde Integral da Mulher: Políticas Públicas e Perspectivas”, elaborado pela equipe de especialistas da Powell Tate, revela preocupações fundamentais sobre a saúde feminina em diferentes estágios da vida. A saúde das mulheres ultrapassa os aspectos tradicionais associados à saúde reprodutiva. Essas descobertas são necessárias para a atuação da Secretaria de Estado das Mulheres (SEMPI) em promover políticas que visam o bem-estar e a proteção das mulheres.

Desafios contínuos

O estudo revela que, apesar dos avanços significativos do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), que atua desde 1984, a falta de foco em doenças específicas e a necessidade de recortes para mulheres em diferentes realidades persistem como desafios. A falta de políticas direcionadas a doenças como cardiovasculares, diabetes e Alzheimer é um desafio relevante.

  • Cerca de 48,1% das mulheres com grande carga de responsabilidades domésticas enfrentam transtornos mentais comuns, enquanto em áreas rurais essa taxa é de aproximadamente 31,6%;
  • Houve um aumento de até 70% no risco de transtornos mentais comuns entre mulheres brasileiras negras;
  • As ISTs, excluindo o HIV/AIDS, impactam mais severamente as mulheres devido a fatores biológicos e sociais;
  • No Brasil a maior incidência dos casos de AIDS está na faixa etária de 25 a 39 anos, com uma distribuição de 52,4% no sexo masculino e 48,4% no sexo feminino;
  • Dados mostram que mulheres negras têm uma frequência maior de condições como diabetes tipo II, miomas, hipertensão arterial e anemia falciforme, afetando-as até 50% mais que as mulheres brancas;
  • Há prevalência de sífilis de 1,82% entre mulheres indígenas no Brasil, com uma mortalidade acima de 30% por câncer cervical, estômago, fígado e leucemias entre essas mulheres;
  • Houve queda na cobertura do exame preventivo de câncer cérvico-uterino (Papanicolau) de 89,7% entre mulheres heterossexuais para 66,7% entre mulheres lésbicas e bissexuais;
  • O número de soropositivas entre mulheres presas é o dobro em comparação com homens na mesma situação.

Atuação estratégica

  1. Abordagem Ampla: A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) compreende uma variedade de temas, incluindo violência doméstica, saúde mental e doenças crônicas, permitindo à SEMPI direcionar ações específicas para diferentes grupos de mulheres. A versão atual aborda temas variados como ISTs, violência doméstica, climatério/menopausa, saúde mental e doenças crônicas, com recortes específicos para diferentes grupos, incluindo mulheres adolescentes, negras, indígenas, lésbicas e mulheres em situação de prisão ou rurais.
  2. Saúde Mental e ISTs: Mulheres enfrentam maior prevalência de transtornos mentais, influenciados por fatores externos como sobrecarga doméstica, precariedade no emprego, discriminação de gênero e violência doméstica. Transtornos alimentares, gestação, aborto, puerpério, menopausa, e até mesmo situações ligadas à pobreza e ao casamento, impactam a saúde mental das mulheres. Exceto HIV/AIDS, as ISTs afetam mais severamente as mulheres, carecendo de direcionamento adequado por políticas públicas.
  3. Dependência química: O consumo excessivo de álcool entre mulheres tem sido preocupante, especialmente durante a pandemia de 2020 e 2021.
  4. Minorias e Prisões: Mulheres negras, indígenas, LGBTQIA+ e aquelas em situação de prisão carecem de políticas específicas em nível nacional. O número de soropositivas entre mulheres presas é o dobro em comparação aos homens na mesma situação.

Compromisso e ação

A saúde das mulheres não é apenas uma questão individual, mas possui implicações sociais significativas. Mulheres desempenham papéis fundamentais na sociedade e ocupam funções-chave em setores que afetam diretamente o bem-estar da comunidade. As descobertas do estudo fornecem um quadro importante para a SEMPI estrategicamente direcionar seus esforços. Ao compreender as questões que afetam a saúde das mulheres, é possível formular e implementar políticas públicas mais inclusivas e abrangentes. Os dados são importantes porque direcionam a SEMPI para a formulação de estratégias que atendam às necessidades desses grupos.

Confira o estudo na íntegra:

file:///C:/Users/SEC%20EST%20DAS%20MULHRES/Downloads/Sa%C3%BAde%20Integral%20da%20Mulher%20-%20Powell%20Tate.pdf

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