Quem cuida de quem cuida? No Janeiro Branco, SEMPI dialoga sobre luta coletiva pela saúde mental feminina

Em um mundo onde as demandas sobre as mulheres são incessantes e muitas vezes invisíveis, a saúde mental se torna um campo de batalha compartilhado por mães, empreendedoras e mulheres brasileiras de todas as esferas. Não é apenas uma batalha pessoal, mas sim uma luta coletiva contra a exaustão, a sobrecarga e a falta de reconhecimento pelas jornadas triplas e até mesmo quadruplas enfrentadas diariamente.

Dados do IHME (The Institute for Health Metrics and Evaluation) e do Relatório “Esgotadas” do Think Olga, revelam uma preocupante realidade: 7 em cada 10 diagnosticados com depressão e ansiedade no Brasil são mulheres. Antes mesmo da pandemia, 1 em cada 4 mulheres enfrentava algum transtorno mental.

Entre as principais emoções, destacam-se: ansiedade (55%), estresse (49%), irritabilidade (39%), baixa autoestima e fadiga (28%), insônia (27%), perda de interesse (26%) e tristeza (25%).

Dívidas, salários baixos e sobrecarga laboral são alguns dos fatores que mais afetam a saúde mental. Alarmantemente, mais de 70% das pessoas em situação de pobreza são mulheres.

Em relação às mulheres que relatam insatisfação ou extrema insatisfação com suas responsabilidades: 57% das mães solo, 41% das cuidadoras e 35% das não-cuidadoras se sentem esgotadas por suas cargas de trabalho.

O relatório também evidencia um quadro alarmante de violência física e sexual, com mulheres representando 75% das vítimas no Brasil, sendo 55% e 60% respectivamente pretas e pardas.

A exaustão feminina é uma realidade coletiva e compartilhada. A sobrecarga emocional e mental enfrentada por mulheres é um chamado para a solidariedade e para a construção de redes de apoio e cuidado mútuo. Neste cenário desafiador, a SEMPI se faz presente no enfrentamento das múltiplas violências enfrentadas por mulheres. Com programas dedicados, como o “Elas Empreendem” e “Ônibus Lilás”, busca proporcionar independência emocional e condições financeiras para que mulheres possam empreender, reforçando a importância de iniciativas que visam o bem-estar e a autonomia feminina.