A Secretaria de Estado das Mulheres participou de ação da Associação de mulheres do bairro Ilhotas (AMBI) sobre a violência contra as mulheres e as estratégias de enfrentamento. O evento reuniu mulheres e meninas da comunidade, proporcionando um espaço seguro para discutir os diversos tipos de violência doméstica abordados pela Lei Maria da Penha. Durante as conversas, foram exploradas as trajetórias percorridas por mulheres que buscam romper com o ciclo da violência, desde o momento em que encontram coragem para quebrar o silêncio até o processo judicial, considerando aspectos criminais e cíveis.
A AMBI, que atende continuamente cerca de 30 famílias, vai além de oferecer cestas básicas e itens essenciais de vestimenta e higiene. A associação também se empenha em fortalecer e capacitar as mulheres por meio de cursos, especialmente voltados para o empreendedorismo, visando o empoderamento financeiro. Como parte desse compromisso com o empoderamento, a AMBI solicitou à Secretaria de Estado das Mulheres (SEMPI) uma abordagem sobre violências contra as mulheres e os mecanismos disponíveis para enfrentá-las. Essa colaboração busca conscientizar da importância do apoio mútuo no combate a violência de gênero, promovendo uma comunidade mais resiliente e empoderada.
De acordo com a coordenadora da Rede de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência, Jahyra Sousa, as violências de gênero não escolhem um tipo de mulher, todas as mulheres são passíveis de as sofrerem, pois se fundamentam no fato de ser mulher e há na cultura o entendimento de que homens são e podem mais que as mulheres inclusive sobre elas. “No entanto, mulheres que se encontram em contextos sociais de maior vulnerabilidade estão mais sujeitas a continuar nos ciclos de violência por questões de dificuldade de acesso à informação (portanto à desconstrução da ideia de que homens podem mais e sobre as mulheres ) e dependência financeira. Falar diretamente com essas mulheres, problematizar as relações de dominação e principalmente instrumentalizá-las com os órgãos de atendimento que estão disponíveis é de grande valia para o enfrentamento à violência”, explicou. De acordo com ela, o papel das associações nessa busca por informação é de relevante destaque, pois são quem conhecem o dia a dia e realidade de cada mulher e podem inclusive a partir de espaços problematizadores como as rodas de conversa continuar o diálogo e fortalecimento de cada mulher para que se preparem para conseguir romper com os ciclos de violência.