A distribuição dos kits para a Corrida contra o Feminicídio, que inclui camiseta, garrafa, numeração e material informativo, teve início nesta quarta-feira (22). Esses kits são reservados para os inscritos no evento. Os participantes podem retirar o material na própria Secretaria até o dia 24/05, sexta-feira, e no dia 25/05 no Parque Nova Potycabana.
A Secretária das Mulheres, Zenaide Lustosa, explica que a Corrida contra o Feminicídio é uma iniciativa conjunta da Secretaria das Mulheres e do Governo do Estado, em colaboração com diversos órgãos estaduais e parceiros dos setores da saúde, eventos e hotelaria, entre outros. “As parcerias fortalecem toda essa luta que a gente tem para que as mulheres continuem vivas”, explica Zenaide. Ela destaca que um dos principais propósitos da campanha é aumentar a conscientização sobre o feminicídio, enfatizando a necessidade de combater essa realidade diariamente. Além disso, ressalta que o feminicídio é um crime motivado pelo ódio às mulheres.”Queremos um Piauí livre de misoginia, e a Corrida está alinhada com esse objetivo, buscando sensibilizar sobre a importância do engajamento de toda a sociedade”, destaca. Ela ressalta que todas as pessoas interessadas podem participar da Corrida, com ou sem kit, pois o fundamental é estar presente, unindo forças.
A Gerente do Centro de Referência Francisca Trindade, Joelfa Farias, relata que a equipe da SEMPI dedicou o mês inteiro à articulação minuciosa dos detalhes da Corrida, visando assegurar sua eficiência e o cumprimento dos objetivos delineados. “As inscrições desta edição alcançaram um recorde não imaginado, e por isso tivemos que fechar o link das inscrições antes do prazo previamente estipulado”, esclarece Joelfa. “O processo de distribuição dos kits está ocorrendo de maneira promissora, dado o expressivo interesse demonstrado pela comunidade, que está aderindo a esta causa na luta contra o feminicídio”, destaca. Para ela, é de suma importância prevenir, combater e conscientizar a sociedade sobre os direitos das mulheres, bem como sobre as políticas públicas e recursos disponíveis para fortalecer as mulheres em situação de violência, incluindo o Centro de Referência, integrado à própria Secretaria.
A assistente Débora Raiane foi uma das primeiras a chegar para pegar seu kit. Para ela, este movimento é significativo pois reúne mulheres em prol de um objetivo comum: a luta contra o feminicídio. “A morte das mulheres é algo recorrente, não apenas em Teresina, mas em todo o mundo. Por isso, é essencial unir a força feminina para enfrentar essa realidade”, destaca Débora. Embora esta seja sua primeira participação na Corrida contra o Feminicídio, ela ressalta que já tem o hábito de correr. Suas expectativas são positivas, especialmente porque seus amigos também estarão presentes.
Álvaro Sepúlveda, enfermeiro e mestrando pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), atua na área da saúde da mulher. “Estou constantemente envolvido com o público feminino, que representa a maior parte da clientela, especialmente na Atenção Básica de Saúde”, observa. Ele ressalta que ao tomar conhecimento de campanhas em apoio às mulheres, percebe a relevância cultural dessas iniciativas, especialmente diante dos alarmantes índices de violência contra a mulher no estado. “É um problema que estamos gradualmente tentando desconstruir. A participação dos homens, embora minoritária, é fundamental para influenciar e apoiar essa luta”, destaca Álvaro.
A auxiliar administrativa, Aline Andrade, compartilhou que pratica corrida há bastante tempo, mas foi especialmente a causa que a motivou a se inscrever. “Costumo correr 5km e estou contente por estar correndo em prol da causa contra o feminicídio”, destaca. Ela ficou sabendo da Corrida através de um grupo de WhatsApp com colegas corredores. “No ano passado não pude participar, mas este ano me inscrevi no primeiro dia disponível”, revela Aline. Já Edson Vieira, aposentado, compareceu acompanhado da esposa. Ele explicou que se interessou pela Corrida devido ao trabalho realizado pela Secretaria das Mulheres, o qual ele acompanha há algum tempo. “Recebi orientação médica para praticar corrida devido à minha diabetes, então esta é uma excelente oportunidade para unir atividade física com uma causa social”, explica Edson.
O Presidente da Federação Paralímpica do Piauí, José Ronaldo, compareceu para garantir seu kit acompanhado de sua amiga, Marta Geane. “É fundamental demonstrar nosso apoio às mulheres na luta contra o feminicídio e sensibilizar toda a comunidade para essa responsabilidade, pois há muitas pessoas que ainda carecem desse entendimento”, destaca Marta. Além de seu próprio kit, Marta aproveitou para retirar também os kits de seus filhos e familiares, incluindo crianças de 10 a 16 anos.
A prática esportiva pode ser uma ferramenta poderosa para elevar a autoestima de mulheres, como é o caso da Rosaline Brito, que está se preparando para participar pela segunda vez da Corrida contra o Feminicídio. “Foi no ano passado, durante a segunda edição da Corrida, que encontrei o estímulo para iniciar minha jornada na prática esportiva, e desde então não parei de correr”, revela. Ela compartilha que, ao longo desse período, conseguiu perder 27 quilos. Além disso, como mãe de uma criança de 4 anos, Rosaline sempre envolve sua filha nas corridas na categoria kids. “Esta luta é de extrema importância, pois tentam nos privar do direito de ser mulher”, enfatiza.
“A Corrida contra o Feminicídio é apenas uma das iniciativas promovidas pelo Governo. Por exemplo, esta semana estamos com o Ônibus Lilás, um equipamento fundamental no combate à violência presente em diversos municípios do estado”, acrescenta a Secretária Zenaide. Ela frisa que as campanhas de combate à violência ocorrem ao longo de todo o ano, como exemplificado pela recente parceria com a Equatorial Energia. Por meio dessa colaboração, o contato 0800 000 1673 está disponível nas faturas de energia elétrica, garantindo que todos tenham acesso a esse canal de atendimento, operando 24 horas por dia. “Além disso, outras iniciativas são realizadas em parceria com os municípios por meio dos Organismos de Políticas para Mulheres, como secretarias, diretorias ou coordenadorias, capacitando essa rede municipal para lidar eficazmente com a violência contra as mulheres”, explica.
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