SEMPI e SSP-PI lançam Banco Vermelho em Teresina para combater o feminicídio

A secretária Estadual das Mulheres, Zenaide Lustosa, participou nesta segunda-feira (17) uma audiência pública no Plenário da Assembleia Legislativa do Piauí com o tema “Violência Contra a Mulher e Feminicídio no Piauí e no Brasil”. Requerida pela deputada Simone Pereira, a audiência destacou o projeto Banco Vermelho, uma iniciativa da senadora Jussara Lima, e contou com a participação de autoridades e especialistas, incluindo Andrea Rodrigues, presidente do Instituto Banco Vermelho, e Paula Limongi, diretora executiva do Instituto Banco Vermelho, além de membros da Alepi e da sociedade civil. Na ocasião, o secretário de Segurança do Piauí (SSP-PI), Chico Lucas, foi representado pelo subsecretário, Jetan Pinheiro.

A audiência antecede a inauguração do Banco Vermelho no estado, que tem como parceiras a Secretaria de Estado das Mulheres do Piauí (SEMPI) e a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), e que ocorrerá no Parque Potycabana. Este evento integra uma campanha nacional e internacional de conscientização sobre feminicídio e violência contra a mulher, promovida pelo Instituto Banco Vermelho, presente no Brasil desde novembro de 2023. Inicialmente lançado em Recife-PE, o projeto já conta com 25 unidades e chega agora à capital piauiense.

“Mais de 80% das mulheres são mortas dentro de casa, um lugar onde deveriam estar seguras”, destacou a secretária Zenaide Lustosa. Ela ressaltou que o Banco Vermelho visa sensibilizar a sociedade para a meta de alcançar o feminicídio zero. “Essa é uma campanha nacional que estamos desenvolvendo para avançar contra a violência”, acrescentou Zenaide. Ela enfatizou as políticas estaduais de apoio às mulheres em vulnerabilidade, citando a Casa da Mulher Brasileira como exemplo. “Estamos regulamentando para que 5% dos contratos estaduais sejam destinados a mulheres em situação de violência”, afirmou. O Banco Vermelho, segundo Zenaide, ampliará a visibilidade dessa questão em todo o estado.

Isabel Fonteles, primeira-dama estadual e coordenadora do Pacto pelas Crianças do Piauí, reforçou o compromisso com a causa: Estamos trazendo o Banco Vermelho não somente para encorajá-las a fazer as denúncias contra os seus agressores, mas também para acolher essas mulheres, para que elas possam viver com dignidade em todo o país, salientou. “Estamos abraçando essa causa para combater a violência contra a mulher e o feminicídio. Muitas mulheres sofrem violência e acabam sendo vítimas fatais. Perder uma mulher é perder uma mãe, deixando filhos e famílias desamparados”, explicou.

A senadora Jussara Lima, iniciadora do projeto no Piauí, destacou a importância do Banco Vermelho como ferramenta no combate ao feminicídio. “Precisamos unir esforços para enfrentar essa realidade”, afirmou. A deputada Simone Pereira ressaltou o papel do Banco Vermelho como rede de apoio e educação. “É um projeto novo no Brasil, com potencial para ampliar a conscientização e os serviços de proteção às mulheres”, disse. Ela enfatizou a importância de massificar informações sobre os serviços disponíveis de proteção e garantia de direitos.

A diretora executiva do Instituto Banco Vermelho, Paula Limongi, sublinhou que o Brasil é um dos países que mais mata mulheres no mundo, com uma vítima a cada 6 horas de feminicídio. “O Banco Vermelho chega aos espaços públicos como um ícone democrático”, afirmou. “Infelizmente, o feminicídio não distingue classe social ou idade. As mulheres são mortas simplesmente por serem mulheres”, lamentou Paula. Ela explicou que a cor vermelha do banco simboliza o sangue derramado e o sinal de “pare”. “O feminicídio zero é um compromisso. Não podemos mais tolerar mulheres sendo assassinadas”, enfatizou. Paula detalhou que o Banco Vermelho é móvel e pode participar de eventos públicos e campanhas. “A ideia é que ele circule pela capital, levando sua mensagem a todos os cantos e ajudando as mulheres a romperem o silêncio e a bolha de violência”, concluiu.*

Essa iniciativa se alinha aos objetivos da SEMPI de proteger e empoderar as mulheres, oferecendo suporte e visibilidade à luta contra a misoginia. A rede de proteção inclui programas como o “Ei, mermã, não se cale!”, que atende pelo 0800 000 1673 e a Central de Atendimento à Mulher – 180, além da Casa da Mulher Brasileira, localizada na Av. Roraima, 2563 – Aeroporto, em Teresina. Esses recursos são fundamentais para garantir que as mulheres tenham acesso à assistência e orientação necessárias para romper o ciclo da violência e reconstruir suas vidas com segurança e dignidade.

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