SEMPI vai capacitar 300 mulheres através do Programa “Elas Empreendem”, com ênfase nas comunidades quilombolas e de terreiro

Na última terça-feira (25), a Secretaria Estadual das Mulheres do Piauí (SEMPI) realizou uma reunião com várias secretarias de estado que trabalham diretamente com as comunidades quilombolas e de terreiro. Estiveram presentes representantes da Secretaria de Segurança Pública (SSP-PI), Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) e do Instituto de Terras do Piauí (INTERPI). O objetivo do encontro foi apresentar o programa “Elas Empreendem” que implementará o Projeto Resistência Negra – Fios da Ancestralidade. O projeto tem como meta a capacitação profissional de mulheres e a valorização da diversidade cultural piauiense.

A secretária de Estado das Mulheres, Zenaide Lustosa, explicou que a reunião teve como finalidade apresentar o projeto e os municípios contemplados, que são Amarante, Esperantina, São João do Piauí, São Raimundo Nonato, Paulistana e Queimada Nova, além de quatro zonas em Teresina. De acordo com Zenaide, o programa “Ei, mermã, elas empreendem” foca na qualificação e capacitação das mulheres sob várias perspectivas. Dentro desse programa, está o projeto “Fios da Ancestralidade”, voltado para a qualificação em áreas específicas. “Executaremos o projeto a partir deste mês de julho para que essas comunidades recebam qualificação em ‘beleza negra’, como fazer tranças ou maquiagem, fortalecendo a cultura negra. Este projeto é muito importante para as mulheres quilombolas, permitindo que avancem e consigam renda”, destacou a gestora.

“O projeto tem como objetivo a profissionalização de 300 mulheres, jovens e adultas, de quilombos e comunidades de terreiro, para atuação no mercado de trabalho, valorizando a sua identidade e a beleza negra”, explicou Ianara Evangelista, diretora de Articulação Institucional e Ações Temáticas da SEMPI. Segundo ela, esse projeto é uma emenda parlamentar do deputado Merlong e será executado pelo Instituto da Mulher Negra do Piauí – AYABAS.

Os cursos ofertados incluem Cabeleireira Afro, Terapia Capilar, Trancista, Turbante e Maquiagem Afro. “Pudemos alinhar várias agendas que executamos de maneira integrada”, destacou João Pedro Cunha, coordenador de Igualdade Racial da SSP-PI. Ele ressaltou a importância dos cursos para a empregabilidade nas comunidades, que têm aspectos que valorizam a ancestralidade, como o curso de trancista.

Mel Vilarinho, psicóloga do INTERPI, participou da reunião representando o departamento de comunidades tradicionais e o setor de quilombolas. “Essa parceria está sempre em voga, e a gente faz questão de participar porque é levar às mulheres um projeto que sai da cidade para abranger essas comunidades tão esquecidas”, comentou.

A partir de julho, o projeto iniciará suas atividades, começando com a sensibilização e mobilização das comunidades quilombolas e de terreiro. Os cursos de capacitação serão realizados em seis municípios do Piauí e em quatro comunidades de terreiro na capital, Teresina. O projeto pretende integrar a cidade e o quilombo, promovendo conhecimento sobre a realidade e a história das comunidades quilombolas. Dessa forma, a intenção é incluir essas comunidades no roteiro histórico do município e gerar emprego e renda para seus moradores.

Tags: , ,

 
 

Leia Também