Nascida em 12 de março de 1933, em Jaú (SP), a arqueóloga franco-brasileira Niède Guidon chegou ao Piauí em 1973 e nunca mais saiu. No estado, se adentrou na caatinga e nos paredões da Serra da Capivara, localizada entre os municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo e Coronel José Dias, no sudeste piauiense.
Ali, a arqueóloga e sua equipe documentaram centenas de sítios arqueológicos com pinturas rupestres e outros materiais que comprovam a presença do homem na região há cerca de 50 mil anos
De acordo com o CNPq, Niède identificou mais de 700 sítios pré-históricos ao longo de sua carreira, entre eles 426 paredes de pinturas antigas e evidências de habitações humanas antigas na área da Serra de Capivara, no Piauí.
O trabalho de Niéde na região foi decisivo para a criação do Parque Nacional da Serra da Capivara, área de grande concentração de biodiversidade e pinturas rupestres e considerada patrimônio mundial pela Unesco.
Niède lutou incansavelmente pela preservação do patrimônio histórico e ambiental da região. Fundadora da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), ela transformou ciência em ação e impacto social. Além disso, contribuiu para o desenvolvimento socioeconômico da população do entorno do parque. Ela fomentou a construção de escolas, incentivou o turismo e transformou as mulheres da região em “guardiãs do parque”.
Uma mulher à frente do seu tempo, que provou que cuidar da história também é cuidar do futuro.
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