ONU Mulheres e UIP lançam relatório da participação feminina na política

Novos dados divulgados pela União Interparlamentar (UIP) e ONU Mulheres revelam que o progresso rumo à igualdade de gênero na liderança política permanece limitado e, em algumas regiões, até mesmo retrocede. O relatório “Mulheres na Política: 2025”, lançado durante a 69ª sessão da Comissão sobre o Status da Mulher da ONU, mostra que os homens ainda superam as mulheres em mais de três vezes nas posições executivas e legislativas em todo o mundo.

O Brasil ainda tem um desempenho abaixo da média internacional e latino-americana. O país ocupa a 133ª posição no ranking global de representação parlamentar feminina e a 53ª em representação ministerial. Na Câmara dos Deputados, apenas 18,1% das cadeiras são ocupadas por mulheres (93 parlamentares), e no Senado elas representam 19,8%, somando apenas 16 senadoras.

Nas pastas ministeriais, o Brasil apresenta leve melhora: 10 dos 31 ministérios são chefiados por mulheres (32,3%). Apesar do avanço, o país ainda está distante da paridade de gênero e do grupo de nove países que já atingiram 50% ou mais de mulheres em seus gabinetes.

Progresso global estagnado e retrocessos em algumas regiões

A representatividade feminina nos parlamentos subiu apenas 0,3% em relação ao ano anterior, alcançando 27,2%. Já a proporção de mulheres em ministérios caiu 0,4%, chegando a 22,9%.

Mulheres no poder ainda são exceção

Em 2025, apenas 25 países têm mulheres ocupando cargos de chefia de Estado ou de Governo, a maioria deles na Europa. Apesar de avanços pontuais, como a eleição de presidentas no México, Namíbia e Macedônia do Norte, 106 países ainda nunca tiveram uma mulher à frente do poder executivo. No Brasil, das 39 pessoas que ocuparam a Presidência da República, apenas uma foi mulher.

Representação feminina entre ministros também diminui

Além da queda global na proporção de ministras, o número de países com gabinetes paritários também caiu: de 15 em 2024 para apenas 9 em 2025. São eles: Nicarágua (64,3%), Finlândia (61,1%), Islândia e Liechtenstein (60%), Estônia (58,3%), Andorra, Chile, Espanha e Reino Unido (50%).

Vinte países, especialmente na Europa, possuem entre 40% e 49,9% de representação feminina nos ministérios. Em contraste, nove países, principalmente na Ásia e no Pacífico, não têm nenhuma mulher no comando de ministérios, um retrocesso em relação aos sete registrados no ano anterior.

As regiões com maior presença de mulheres ministras são Europa e América do Norte (31,4%), e América Latina e Caribe (30,4%). As menores taxas são registradas nas Ilhas do Pacífico (10,2%) e na Ásia Central e Meridional (9%).

O estudo ainda aponta que mulheres continuam liderando pastas relacionadas a direitos humanos, igualdade de gênero e proteção social, enquanto os homens seguem dominando áreas como defesa, orçamento e relações exteriores.

Confira o relatório

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