SEMPI e lideranças indígenas do Piauí participam da etapa regional da 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas na Paraíba

A Secretaria das Mulheres do Piauí (SEMPI) está participando da etapa regional Mangabeira da 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, realizada na Pousada das Ocas, em Baía da Traição, Paraíba, de 17 a 19 de junho de 2025. O evento, promovido pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) em parceria com os Ministérios dos Povos Indígenas e das Mulheres, visa fomentar políticas públicas e fortalecer estratégias para erradicar a violência de gênero e discriminação enfrentadas pelas mulheres indígenas.

A Conferência está organizada em cinco eixos temáticos, abordando questões como violência de gênero, saúde, justiça climática, gestão territorial e educação, além da transmissão de saberes ancestrais para o bem viver.

As atividades incluem vivências ancestrais, formação de grupos de trabalho e construção coletiva de propostas. Durante os debates, são consideradas as experiências nos territórios, os conhecimentos ancestrais e as demandas específicas das mulheres indígenas.

O Piauí enviou uma delegação composta por lideranças de 11 etnias no Piauí. A coordenadora das Mulheres Indígenas da APOINME, Maria Djenane Tabajara, destacou a importância desse apoio: “Estou participando da Conferência de Mulheres na Paraíba em busca de projetos que possam beneficiar nossas mulheres indígenas do Piauí, que ainda são muito esquecidas no Brasil. Agradeço ao Governo do Estado por ter nos dado o apoio necessário para estarmos aqui. Viemos com uma delegação composta apenas por mulheres, e estamos firmes nesse evento, levando propostas e buscando mais oportunidades para o nosso povo.”

A cacique Dan Akroá-Gamella ressaltou a relevância da participação: “Nossa participação neste espaço é muito importante, porque buscamos garantir mais direitos e visibilidade para as mulheres indígenas, que no nosso estado ainda enfrentam muito isolamento e invisibilidade. Estamos aqui para trocar experiências, adquirir conhecimento e, principalmente, levar propostas concretas que fortaleçam as ações voltadas para as mulheres indígenas do Piauí.”

A secretária das Mulheres do Piauí, Zenaide Lustosa, reforçou o compromisso com as demandas apresentadas: “Este é um momento de grande importância, em que estão sendo discutidas e debatidas as principais demandas das mulheres indígenas, com o objetivo de avançarmos na construção de políticas de inclusão nos nossos estados. A conferência reúne representantes de seis estados, entre eles Piauí, Maranhão e Paraíba. Seguimos fortalecendo as nossas forças na construção e fortalecimento de políticas públicas para as mulheres indígenas.”

A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, enfatizou o impacto das propostas: “Estamos aqui em uma defesa intransigente da preservação ambiental, do clima, dos territórios, da ancestralidade. E é isso que vocês precisam expressar por meio de uma agenda propositiva, que reflita a realidade vivida por vocês aqui, nesta região e neste território. O que representa a soma dessas conferências regionais que nos levam até Brasília? Eu sempre digo: não é Brasília que vai, sozinha, mudar a vida do povo brasileiro. O governo está lá, sim, mas é com a participação ativa dos estados, dos municípios, que as mudanças acontecem. Se não tivermos prefeitas e prefeitos comprometidos, governadoras e governadores comprometidos, secretários, entidades e movimentos sociais fazendo pressão, nada avança.”

A etapa nacional da Conferência ocorre de 4 a 8 de agosto de 2025, em Brasília, reunindo cerca de 5 mil mulheres indígenas dos seis biomas brasileiros.

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