Secretária das Mulheres participa de sessão solene na Alepi pelo Dia Estadual do Combate ao Feminicídio

A secretária das Mulheres do Piauí, Zenaide Lustosa, participou, nesta segunda-feira (30), de uma sessão solene na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), em alusão ao Dia Estadual do Combate ao Feminicídio, celebrado em 27 de maio. A sessão foi proposta pelo deputado estadual Francisco Limma (PT) e reuniu representantes do poder público, sociedade civil e movimentos de mulheres para debater estratégias de enfrentamento à violência letal contra as mulheres.

Durante sua fala, Zenaide Lustosa reforçou a urgência de políticas públicas estruturantes que vão além das campanhas institucionais. “Nós trabalhamos com campanhas permanentes, mas sabemos que elas, sozinhas, não bastam. É necessário investir fortemente em educação e interiorizar as ações, alcançando mulheres para além da capital. Até maio deste ano, os dados da Secretaria de Segurança Pública e do Observatório da Mulher Piauiense já apontam 24 feminicídios no estado. São números alarmantes”, alertou.

A secretária destacou ainda a complexidade das manifestações do feminicídio e a importância do reconhecimento das suas múltiplas formas. “Há casos classificados como feminicídio que não envolvem relacionamentos íntimos. São crimes motivados unicamente pelo fato de a vítima ser mulher, ou, às vezes, para atingir outras mulheres. No fundo, todos esses casos refletem o mesmo problema: o ódio às mulheres simplesmente por serem mulheres. E, infelizmente, esse movimento de violência ainda avança.”

Zenaide também enfatizou o papel do parlamento no fortalecimento das políticas públicas. “Esse tipo de espaço é fundamental porque promove uma escuta ativa, tanto do poder público quanto da sociedade civil. Essa escuta gera subsídios importantes para que os parlamentares proponham leis mais eficazes e invistam recursos adequados no combate à violência. A Assembleia Legislativa tem papel essencial nesse processo, especialmente na discussão orçamentária”, pontuou.

Ela acrescentou que, embora o estado tenha avançado com campanhas permanentes e a criação de 70 Secretarias Municipais de Mulheres, é fundamental garantir a implementação efetiva da Lei Maria da Penha nas escolas, tanto na rede estadual quanto nos municípios. “Não podemos continuar tratando esses números como estatísticas frias. Cada feminicídio é uma vida interrompida: mulheres que morreram apenas por serem mulheres. Essas mortes deixam marcas profundas nas famílias, comunidades e em toda a sociedade.”

Por fim, a secretária defendeu a ampliação do diálogo e a articulação entre diferentes esferas de poder como caminhos para a construção de políticas públicas eficazes. “Precisamos transformar indignação em ação. Não podemos permitir que mais mulheres morram. É urgente que espaços como esse resultem em medidas concretas, com orçamento, articulação e compromisso real com a vida das mulheres.”

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