Uma delegação formada por 35 mulheres indígenas piauienses está representando o estado na III Marcha das Mulheres Indígenas, que acontece em Brasília de 11 a 13 de setembro. As participantes são das etnias: Akroá Gamela, Gueguê de Sangue, Guajajara, Kariri, Tabajara Tapuio, Tabajara de Piripiri, Warao Venezuela.
Com o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”, a Marcha reúne, em Brasília, 5 mil mulheres indígenas de todos os estados e biomas brasileiros. A delegação piauiense foi articulada pelo Governo do Estado, por meio da parceria entre a Secretaria de Estado das Mulheres (Sempi) e a Secretaria de Estado das Relações Sociais (Seres), além dos grupos de mulheres indígenas piauienses.
“Iniciamos a participação na Marcha com apresentações das aldeias de todos os biomas e também participamos no congresso nacional, com a bancada do cocar, que já apresentou mais de 35 propostas legislativas. As mulheres indígenas entraram como autoras e coautoras de propostas legislativas que protagonizam as pautas desse público. Esse é um momento ímpar para nós, porque esse diálogo feito entre biomas faz com que possamos avançar juntas”, pontuou a secretária de Estado das Mulheres do Piauí, Zenaide Lustosa.
Para a secretária de Estado das Relações Sociais, Núbia Lopes, as mulheres indígenas enfrentaram inúmeros desafios e injustiças ao longo de suas vidas, e a marcha é uma oportunidade de lutar por seus direitos. “Elas merecem acesso a cuidados de saúde de qualidade, educação, oportunidades econômicas, proteção da terra e recursos naturais. Para que possam ter cada vez mais espaço, é necessário fortalecer a atuação delas e colocá-las em ambientes de debate, onde poderão apresentar os desafios e propor novos diálogos de incidência na política indígena do Brasil”, destacou a secretária.
A liderança Indígena piauiense e coordenadora da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME) no Piauí, Djenane, representante da etnia Tabajara, pontua: “Nossa articulação em trazer as nossas parentas para este evento é trocar experiências e buscar levar ao nosso estado formações que fortalecem as nossas mulheres. Aqui, trouxemos nossos diálogos feitos no Piauí e agradecemos o apoio que estamos tendo no nosso estado para chegar aqui no evento, porque estamos apresentando as nossas falas com as nossas pautas de lutas e sentimos que estamos sendo escutadas”, enfatiza.
A III Marcha das Mulheres Indígenas é organizada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e pelas Mulheres Biomas de todo o País. As lideranças femininas indígenas estão dialogando sobre temas como emergências climáticas, violência de gênero, violência política, saúde mental, acessibilidade indígena à educação e a importância das mulheres indígenas na COP 28 (do inglês, Conference of the Parties – Conferência das Partes), que será realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro deste ano em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Além disso, aconteceu a sessão solene em homenagem à III Marcha das Mulheres Indígenas. A audiência teve como objetivo chamar a atenção e, ao mesmo tempo, homenagear, por meio de sessão solene, as mulheres indígenas que sacrificam o próprio bem-estar em prol de uma causa maior. Na oportunidade, as mulheres Indígenas dialogaram com o Deputado Federal , Dr. Francisco Costa, em busca de parcerias pelas pautas relacionadas à demarcação de terras; educação indígenas; saúde indígena; cursos e capacitações para serem realizados nas aldeias.
A conselheira nacional dos povos indígenas, a cacique Dam, destaca: “Esse momento é importante na marcha para falar dos nossos problemas às pessoas que podem e devem escutar as nossas demandas para, juntos, resolvermos. Queremos ter acesso a nossa terra, cultura, saúde e educação, para que o nosso povo possa existir nas suas aldeias”.