A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi), por meio da Superintendência de Atenção Primária à Saúde (SUPAT) e da Diretoria de Unidade de Vigilância e Atenção à Saúde (DUVAS), realiza nesta quinta (28) e sexta-feira (29) o curso “Inteligência Epidemiológica Aplicada às Doenças Negligenciadas”. A iniciativa acontece em parceria com a Universidade Federal do Piauí (UFPI) e a Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio da Faculdade de Medicina (Famed-UFC), e conta ainda com a colaboração do Centro de Inteligência em Agravos Tropicais Emergentes e Negligenciados (CIATEN) e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPI.
O curso de formação inicial tem como objetivo capacitar profissionais em inteligência epidemiológica, com foco na análise integrada de doenças negligenciadas, como tuberculose, doença de Chagas, leishmaniose visceral e cutânea, tracoma, esquistossomose e filariose. Essas enfermidades, endêmicas no Brasil, ainda representam um impacto significativo para a saúde pública, provocando adoecimento, mortes e demandando respostas coordenadas do sistema de saúde.
De acordo com a diretora da DUVAS, Cristiane Moura Fé, o curso representa um marco para o estado. “Estamos investindo em um processo formativo inovador, que une vigilância, atenção e pesquisa. Queremos oferecer não apenas profissionais mais qualificados, mas também evidências científicas que subsidiem políticas públicas efetivas. Esse olhar integrado é essencial para enfrentarmos doenças que historicamente foram negligenciadas e que ainda comprometem a qualidade de vida da nossa população”, destacou.
Durante a capacitação, os participantes terão acesso a metodologias de análise e geração de evidências que possibilitam diagnósticos mais precisos e fortalecem as ações de saúde. A proposta inclui a elaboração de documentos técnicos e boletins informativos destinados a gestores e à população em geral, com atenção especial às estratégias de cuidado na primeira infância, considerada prioridade pelo Governo do Estado.
Para o professor Alberto Ramos Jr. (Famed-UFC), a cooperação entre universidades e serviços de saúde amplia as possibilidades de inovação no campo epidemiológico. “A ideia é criar uma rede sólida de cooperação científica e técnica. A análise integrada das doenças negligenciadas é um desafio urgente, e o Piauí está mostrando que é possível avançar com base em evidências, parcerias institucionais e compromisso social”, afirmou.
Com essa iniciativa, a Sesapi busca fortalecer a integração entre atenção e vigilância em saúde, estimular o diálogo entre áreas técnicas e contribuir para a construção de políticas públicas mais consistentes, capazes de melhorar o perfil epidemiológico do Piauí e reduzir os impactos dessas doenças na vida da população.
